quinta-feira, 24 de março de 2011

Até logo...

Quando eu tinha 8 pra 9 anos meu pai comprou um cachorro. Um yorkshire lindo, O Charlie. Passaram-se uns dias e ele ficou doente, levamos no veterinário e o deixamos lá. Quando voltamos nos entregaram outro (meus pais não perceberam ou fingiram que não, o que era impossível porque o novo era levemente estrábico) que era a coisa mais linda que já vi na vida. Bolinha de pelos preta com um olho em você e outro no gato (heheh). Não contente com um cão só em um apartamento, papai foi lá e comprou outro. Um Schnauzer sal-pimenta, O Don. Pouco mais tarde também ficou doente e foi parar em uma veterinária fundo-de-quintal em São Bernardo do Campo. Algo aconteceu lá que ele voltou com uma das patas sem um pedaço de pele e já não escutava mais. Ainda não sei porque não processamos aquela clínica vagabunda.

Como toda criança você vive pro bichinho. Levava pra passear, dava minhas pelúcias pra eles destruirem, queria dar ração na boca, rolava com eles pela casa.
Ai fomos crescendo... com o tempo levá-los para passear era a desculpa pra encontrar a paixonite que estudava em outra escola e saia depois do horário da minha... depois pra encontrar o namoradinho. Se esses cachorros falassem eu iria sair menos de casa que eu já saia!

Anos depois engravidei do Dan... a barriga imensa já não me permitia brincar com o Charlie e o Don como antes... Eles pulavam em cima de mim e acabavam me machucando... então conversava com eles pela grade. Era sempre uma festa. O Charlie dançando nas patinhas de trás tentando abrir a porta e o Don uivando um "UUUUUUUUUUUU" estridente. Como eu amava aquelas bolas peludas!

O Daniel nasceu. Passei a conversar menos ainda com eles, quase não aparecia pra fazer um chamego nos meus 'irmãos' caninos.
O Charlie adoeceu... um machucado na patinha que foi piorando muito rápido e nenhum veterinário conseguia diagnosticar. Quando conseguiram era um pouco tarde. O cancêr já tinha espalhado pro pulmão e ele já estava cego. Doeu tanto. No dia 16 de janeiro de 2009 ele foi sacrificado e junto com a saudade veio o começo da tristeza de perder quem a gente ama.

O Don continuava lá, firme, forte e solitário. Passei a conversar mais com ele pra compensar a falta do Charlie. Com o tempo ele foi ficando mais fraquinho... já não ficava mais em pé nas patas traseiras, começou a ter tremores pelo corpo, parou de latir, foi perdendo a visão, a ter alergias na pele.
No carnaval desse ano ele sofreu um AVC e eu jurava que se fosse dormir não ia encontrar o bichinho com vida. Nada. Ele foi mais forte que esperávamos. Ficou com a cabecinha caida pra um lado, mas continuava lá.
Hoje estava aqui no trabalho e recebo um sms da minha mãe dizendo que hoje ele teve uma convulsão fortísima e ligando pra veterinária foi decidido (não participei disso e nem queria participar) que seria melhor  terminar com o sofrimento dele.
Vou pra casa agora com o coração na mão sabendo que vou dar o último abraço de despedida no meu gordinho. Me consola é que além de não sofrer mais ele ainda vai reencontrar o Charlinho onde quer que ele esteja. Vai suave, Donzão, que o lugar de vcs dois aqui nunca vai ser preenchido por nenhum outro bicho peludo de quatro patas!

4 comentários:

  1. estou triste =( ...força van!
    agora vou pensar 2 vezes antes de dar um cachorro pro meu filho =/

    Ass.: Paloma Sinelli

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  2. Van...
    Simplesmente lindo o que voce escreveu e a sua dor eh a nossa... eu amava os dois, mas o Dom era o unico que adoraca carinho e chorava quando eu parava de brincar... mesmo com minha alergia eu adorava mexer nele...
    Eh isso, eu tenho muito amor no meu coracao, e todos serao sem substituicao...

    Deus abencoe,

    Andre

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  3. Snif, sinto muito Vanessinha. Estou aqui pra o que precisar. Pode chorar amiga.

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  4. Pois é Va, é a vida minha linda. Conheci bem seus amiguinhos, décadas hein.? Lembro qdo seu Nenê comprou. Vc e o Ri eram pequenos, pois estudava com sua irmã. Pois é todos nós e inclusive eles não escapam dessa fase triste q.são as doenças. Triste pq foram e ainda bem q.morreram pra não sofrerem mais. Pense assim. E eles pedom estar onde for, sempre estaram olhando para os donos deles q.sempre cuidaram e deram carinho a eles ok? E vc sabe qdo tiver afim de chorar a sua irmã-torta sempre estará pronta pra ouvi-lá. Lembre sempre disso. Bjo Clá....

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